Cheia de preguiça, esticou os braços. De olhos fechados, mal sentia o corpo, ainda trôpega de sono. Apetecia-lhe voltar a mergulhar nas águas transparentes do recife, abandonar-se ao sol sobre as areias brancas, voltar a adormecer à sombra dos coqueiros. Um torpôr agradável assaltou-lhe o corpo e ela permaneceu imóvel, de olhos fechados, em êxtase. Podia ouvir o mar. Ondas mansas desfaziam-se em espuma na areia. A praia, vazia, era só uma imensa extensão branca e verde, pejada aqui e ali de rochas solitárias, ainda a escorrer água da maré alta. Mesmo de olhos fechados, era fácil imaginar o azul forte do céu, as velas brancas dos veleiros sulcando as águas, as cabanas de madeira pendendo sobre a lagoa cor de esmeralda. E o silêncio... ah, o silêncio... Aquela ausência aboluta de tempo, de horários, de ruídos de fundo, de jornais, de televisão...até a ausência de sapatos... só a música de fundo do bater das ondas na praia, o abanar da copa dos coqueiros e das palmeiras. Deixou-se ficar imóvel, quase ausente do corpo, imersa em sensações de paz, de uma profunda paz que lhe tomava de assalto o espírito, como se até os próprios pensamentos surgissem agora em câmara lenta, a um ritmo quase tão lento como o próprio respirar... Pelo menos uma vez na vida, todos deveriam poder experimentar aquela sensação de paz quase absoluta, retemperadora de forças. O paraíso, a existir, deveria ser algo de muito semelhante...
Sentiu que a abanavam, com extremo cuidado. Abriu os olhos.
- Mãe... – tenho fome... vem fazer-me os cereais... - Hum... o quê? - Tenho fome... vem dar-me de lanchar... Esfregou os olhos, ainda estremunhada. Pela janela, conseguia distinguir perfeitamente o céu cinzento e aquelas gotas irritantes, cinzentas, de uma chuva que, apesar de maio, teimava em persistir, estragando o que prometia ter sido um óptimo fim-de-semana. - Onde está o pai ? - Está agarrado ao computador... tenho fome...
Virou-se para o lado no sofá. - Vai dizer ao pai para te dar de lanchar... eu ainda vou à praia dar mais um mergulho... - Um mergulho ? Mãe ?
Ela já deixara de o ouvir. De olhos fechados, ouvia novamente o mar a chamá-la. O mar, o sol, e uma praia de areia branca...
( O blog está óptimo, com muita imaginação... parabéns )
É um texto muito lindo mesmo esse! um beijo e teu blog está lindo!chica
ResponderExcluirMaria, EU AMO VOCÊEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!
ResponderExcluirmamãe.
Cheia de preguiça, esticou os braços.
ResponderExcluirDe olhos fechados, mal sentia o corpo, ainda trôpega de sono.
Apetecia-lhe voltar a mergulhar nas águas transparentes do recife, abandonar-se ao sol sobre as areias brancas, voltar a adormecer à sombra dos coqueiros.
Um torpôr agradável assaltou-lhe o corpo e ela permaneceu imóvel, de olhos fechados, em êxtase.
Podia ouvir o mar.
Ondas mansas desfaziam-se em espuma na areia. A praia, vazia, era só uma imensa extensão branca e verde, pejada aqui e ali de rochas solitárias, ainda a escorrer água da maré alta.
Mesmo de olhos fechados, era fácil imaginar o azul forte do céu, as velas brancas dos veleiros sulcando as águas, as cabanas de madeira pendendo sobre a lagoa cor de esmeralda.
E o silêncio... ah, o silêncio...
Aquela ausência aboluta de tempo, de horários, de ruídos de fundo, de jornais, de televisão...até a ausência de sapatos... só a música de fundo do bater das ondas na praia, o abanar da copa dos coqueiros e das palmeiras.
Deixou-se ficar imóvel, quase ausente do corpo, imersa em sensações de paz, de uma profunda paz que lhe tomava de assalto o espírito, como se até os próprios pensamentos surgissem agora em câmara lenta, a um ritmo quase tão lento como o próprio respirar...
Pelo menos uma vez na vida, todos deveriam poder experimentar aquela sensação de paz quase absoluta, retemperadora de forças.
O paraíso, a existir, deveria ser algo de muito semelhante...
Sentiu que a abanavam, com extremo cuidado.
Abriu os olhos.
- Mãe... – tenho fome... vem fazer-me os cereais...
- Hum... o quê?
- Tenho fome... vem dar-me de lanchar...
Esfregou os olhos, ainda estremunhada. Pela janela, conseguia distinguir perfeitamente o céu cinzento e aquelas gotas irritantes, cinzentas, de uma chuva que, apesar de maio, teimava em persistir, estragando o que prometia ter sido um óptimo fim-de-semana.
- Onde está o pai ?
- Está agarrado ao computador... tenho fome...
Virou-se para o lado no sofá.
- Vai dizer ao pai para te dar de lanchar... eu ainda vou à praia dar mais um mergulho...
- Um mergulho ? Mãe ?
Ela já deixara de o ouvir.
De olhos fechados, ouvia novamente o mar a chamá-la.
O mar, o sol, e uma praia de areia branca...
( O blog está óptimo, com muita imaginação... parabéns )
Luiza,que beleza essa imagem que gostou!Eu também adorei!Tem uma linda mensagem!Bjs,
ResponderExcluirparabéns pelo linod blog, bjs
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